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O futuro do emprego: vai ser tudo muito mais rápido, confuso e profundo. Será?

Um estudo do Fórum Econômico Mundial e da Mercer aponta que, em 2025, cerca de 85 milhões de empregos podem ser substituídos enquanto 97 milhões de novos papéis podem surgir. Quem serão os humanos preparados para ocupar essas novas vagas? E se houver uma nova pandemia no médio prazo? Você pode terminar essa leitura me achando doido ou pensando que minhas previsões não têm fundamento algum. De toda forma, a reflexão é válida e precisa ser feita – por todos nós. Ops! na verdade não costumo fazer previsões, pois o futuro muda a cada dia, gosto de falar sobre minhas visões e desejos para o futuro.

Esse texto é para você que lidera equipes, que trabalha com gestão de pessoas, que dá aulas ou está pensando no que fazer com sua escola ou universidade. Você que ajuda a preparar as pessoas para serem contratadas ou criarem empresas. Esse texto é para você que acredita ser possível redesenhar o mundo – da forma como ocupamos os espaços públicos à maneira como consumimos, conectamos estudantes com o futuro e criamos negócios.

Pra começar, um pedido: mande esse texto para pessoas que não acreditam no impacto das mudanças. Se te perguntarem “quem é esse doido?”, diga que sou apenas um observador curioso o suficiente para refletir sobre o redesenho da sociedade, digerir e trazer um pouco do meu olhar para quem também se inquieta. Porque entendi que se o futuro apresentaria mudanças profundas na sociedade, agora, depois da Covid-19, é que lascou tudo! Vai ser tudo muito mais rápido, confuso e profundo.

Acaba de sair do forno um estudo do {Fórum Econômico Mundial}, em colaboração com a {Mercer}, chamado {Reiniciando o Futuro do Emprego}, que leva em conta o impacto da pandemia de Covid-19. A galera conversou com 60 diretores de Recursos Humanos (CHROs)  e 200 líderes sênior dos principais empregadores globais para entender como as empresas estão se preparando para o período pós pandemia. Dei uma mergulhada nele e resolvi escrever minhas impressões. Bora moer? Aliás, bora ler e comentar no final?

MARATONA

Nós vínhamos falando tanto sobre processos ágeis, mas, de acordo com o tal relatório, talvez a gente precise equilibrar mais e reduzir a pressa de alguns processos. “Uma maratona, não um sprint”, como um CHRO colocou. Nem tudo precisa ser para ontem. A lógica da busca por disruptura e escalabilidade pode ser substituída pela busca de bons negócios com alta rentabilidade e compromisso com a sustentabilidade. Fiquei viajando nisso. E você?

Segundo o relatório, bem-estar e propósito podem se unir para a criação de um novo acordo para remodelar o trabalho. Teríamos um cenário mais justo a partir de um ecossistema socialmente responsável e sustentável, equilibrando riscos e recompensas entre colaboradores e empresas. Essas teriam estruturas simples, integração de tecnologias e habilidades, apoio à saúde e bem-estar físico, social, financeiro e mental das equipes, e a cultura de liderança centrada no ser humano.

São ideias que apontam um caminho mais humanista na relação empresa X colaboradores, quem sabe virando uma relação empresa + colaboradores. Talvez eu seja otimista demais ao acreditar que estarei vivo para ver a humanidade transformar essa confusão toda num movimento que promova a felicidade. Pensem comigo, esse relatório não é baseado nas minhas utopias, e sim na visão de gestoras e gestores de grandes empresas globais. Mas reconheço que são muitas questões envolvidas, que não há referências sólidas e que mudanças radicais na sociedade demoram para se materializar – décadas, às vezes séculos.

HIERARQUIA E HOME OFFICE

Não se muda cultura por decreto, nem com dinheiro, mas os números mostram que o novo coronavírus já gerou grandes mudanças de comportamento.  Nos EUA, o e-commerce saiu de 16% para 34% do varejo em 90 dias (fonte: Bank of America). Parte dessa evolução do varejo deve se estabilizar, mas no caso do trabalho remoto, que saiu de 5,3% em março para 35,3% em maio (fonte: PayPal), deve se estabilizar em 10 a 15% depois da crise.

Nesse aspecto, talvez a mudança não seja tão radical assim. Estudos apontam que as equipes 100% remotas tendem a dispersar, enquanto equipes mistas geram uma confusão danada. Um possível caminho pode ser baseado em clusters locais distribuídos. Pequenos grupos espalhados em diferentes locais, tendo um espaço físico para a conexão presencial mas com parte do trabalho podendo acontecer remotamente, com o encontro sendo fundamental.

Há uns 10 anos li um artigo sobre hierarquia fluida, sem a lógica vertical dos cargos, e pensei que seria incrível se conseguíssemos construir um modelo onde habilidade e experiência determinariam a liderança dos projetos. Senti que agora algo parecido pode virar tendência. Com acesso a dados minimamente abertos e experiências que estimulem a colaboração, esse novo arranjo pode virar realidade. E estruturar as equipes em rede passa a fazer muito mais sentido.

POLOS DE INOVAÇÃO

Com o trabalho remoto surgiu um movimento de contratação global que pode acabar com as fronteiras e questionar a lógica dos polos de inovação. É claro que a sinergia gerada num parque tecnológico como o Porto Digital, aqui no Recife, é importante e influencia a geração de negócios e troca de experiências, mas será que será determinante no futuro? Vejo esses parques como hubs de conexões entre problemas e empresas, com agenda intensa de eventos e encontros, provocando choques para a geração de negócios inovadores. Essas experiências com trabalho remoto podem ampliar a gravidade da falta de oportunidades de trabalho enquanto sobram vagas nas empresas de tecnologia. E se, de repente, a galera desistir de investir na formação de pessoas de Recife, Floripa, ou São Paulo, para contratar profissionais remotamente, e em várias partes do mundo?

Pode estar diante de nós uma tendência arriscada, e que torna ainda mais urgente a necessidade de ampliarmos radicalmente os investimentos na formação de jovens. A Prefeitura do Recife vinha rodando um programa incrível de formação das competências e habilidades portadoras de futuro através da Jornada Maker do Fab Lab Recife, e outras experiências como a OJE – Olimpíadas de Jogos Digitais e Educação (Joystreet). Além de engajar fortemente os estudantes da rede, também devolviam um diagnóstico sobre o desempenho de alunos e escolas. Com o Instituto Conceição Moura já estamos na segunda turma de Empreendedorismo Maker e você pode conhecer um pouco no vídeo abaixo.

Já pensou se a gente conseguisse ampliar essas iniciativas para ajudar a colocar um bocado de jovens no Ensino Médio com habilidades que as empresas buscam hoje? Sabemos que é possível antecipar alguns passos na preparação dessa galera para o mercado, só precisamos juntar mais gente, mais empresas e instituições como o CESAR School, Unicap-ICAM e Universidade Tiradentes (Unit), que vêm redesenhando o modelo de universidade.

FADIGA

A busca pelo equilíbrio entre as entregas do trabalho, tarefas domésticas e cuidados com as crianças – que em muitos casos envolvia o home schooling – gerou experiências impressionantes de cansaço. No Reino Unido, 48% das pessoas que trabalham remotamente relataram horas longas e irregulares durante as semanas iniciais de quarentena, e 60% disseram que estavam apresentando aumento dos sintomas de fadiga.

Enxergo nesse problema um campo vasto para identificarmos novas relações que podem ser fortalecidas com experiências mais robustas de compartilhamento e colaboração, gerando experiências de trabalho mais inclusivas e coesas. Ainda não temos ideia do impacto de médio e longo prazo e experimentar novas dinâmicas será determinante.

EBULIÇÃO E CONEXÃO

Outro movimento interessante envolve o redesenho dos espaços. Já estamos lutando para repensar o formato das escolas, e esta é uma grande oportunidade para remodelarmos o conceito de escritório. Antes da crise a gente via empresas buscando espaços maiores para ampliar negócios, mas hoje percebo pistas de um movimento contrário. Ao invés de baias e cubículos, que tal ambientes coletivos que estimulem as conexões, a ebulição, o choque de ideias? Quem sabe até com pequenos laboratórios de fabricação digital e processos dinâmicos. Quem precisar se concentrar na pauta, fica em casa. Vejo uma escola sem salas de aula no futuro, seria lindo se esse movimento partisse das empresas.

Os processos de qualificação das equipes também passam por um movimento de reformulação. Pense numa confusão! Tem áreas emergentes que exigem novos talentos, outras áreas em evolução que requerem novas habilidades e ainda as que estão em declínio, resultando em excedente de talentos. E para profissionais que trabalham com gestão de pessoas, tentando encontrar dinâmicas que mantenham o time motivado, querendo se conectar com as mudanças, o momento não é trivial. Acredito que nunca foi tão difícil! tentando encontrar dinâmicas que mantenham o time motivado, querendo se conectar com as mudanças. Acredito que nunca foi tão difícil ser RH!

Esse momento pede ainda mais articulações e conexões com novas experiências. O próprio conceito de carreira será redesenhado, e aquela lógica do “vestir a camisa” não deve rolar mais. Talvez uma nova lógica seja: como a gente pode colaborar mutuamente enquanto estivermos juntos? Lembro de um trecho de poema de Vinícius de Moraes: “que seja eterno enquanto dure.”

APRENDIZAGEM

Não sei se já te contei, mas aprendi a viajar no tempo, sabia? Fui parar em 2054 para ver como estavam as coisas por lá e descobri uma mudança muito interessante na forma como passaremos a interagir com os processos de aprendizagem. Ao ler esse relatório senti que a mudança pode estar começando a se intensificar agora.

Lá no futuro não existe mais essa história de vida estudantil. Todo mundo estuda o tempo todo, a vida toda. E o mais interessante é que todo mundo acha isso massa! Sério, a transição é suave, pois a experiência nas escolas é muito parecida com a vivência nas empresas. As corporações entenderam que a gente aprende coisas novas o tempo todo, e que esse aprendizado pode ser útil para os negócios. As experiências de aprendizagem não necessariamente têm conexão direta com o negócio, pois diferentes olhares e habilidades contribuem para a inovação. A habilidade com plantas pode gerar uma solução para desenvolvimento de um produto.

Hoje pode parecer estranho, mas, no futuro, as habilidades que as crianças absorvem na escola e quando jovens valem muito para o mercado de trabalho. Existe uma espécie de índice de criatividade que conta muito: espírito crítico, colaboração e compartilhamento já são habilidades procuradas pelas empresas do presente. Em 2054 são consideradas habilidades básicas e todo mundo aprende naturalmente. Será que o que estamos fazendo hoje nas escolas, empresas e comunidades vai causar algum impacto positivo nesse futuro que visitei?

Diga aí!!! Está tudo fazendo sentido, não?

“Os empregos ocupados por trabalhadores com salários mais baixos, mulheres e trabalhadores mais jovens foram afetados de maneira mais profunda na primeira fase da contração econômica.”

E se considerarmos que talvez a próxima pandemia não aconteça em 2120, mas no médio prazo? Um dos maiores desafios está na evolução da educação pública de qualidade e conectada com as habilidades que o mercado busca hoje. A educação se consolida como um  caminho mais importante ainda para construir um futuro com menos desigualdade. É preciso incrementar conteúdos nas escolas que impulsionem essa conexão com o mundo real.

“Em 2025 cerca de 85 milhões de empregos podem ser substituídos por uma mudança na divisão de trabalho entre humanos e máquinas, enquanto 97 milhões de novos papéis podem surgir que são mais adaptados à nova divisão de trabalho entre humanos, máquinas e algoritmos”.

 

Algumas questões me incomodam: quem serão os humanos preparados para ocupar essas novas vagas? Vai ter gente suficiente?

São imensas as barreiras de qualificação para os empregos que estão surgindo a partir da adoção das novas tecnologias. A incapacidade de atrair o talento certo é evidente em 20 dos 26 países que fizeram parte do estudo. Na ausência de profissionais prontos, as empresas são obrigadas a fornecer acesso à qualificação e requalificação para 62% de sua força de trabalho.

A escassez de habilidades será um problema dramático nos próximos anos. Corremos o risco de enfrentar um apagão de força de trabalho, ampliando consequentemente os estudos em automação – a  única alternativa possível  para a manutenção e ampliação da produção. Já sentimos esse potencial apagão hoje, no Porto Digital, com mais de 1.200 vagas de emprego abertas enquanto enfrentamos o crescimento do desemprego no Brasil e no mundo.

O que você, as empresas e governos devem observar e refletir é: o que podemos fazer hoje para ajudar a redesenhar a relação do trabalho no planeta? Devemos construir uma nova relação baseada no equilíbrio entre trabalhadores humanos, robôs e algoritmos. Isso é inevitável. Ainda não sabemos exatamente qual será o impacto dessas mudanças, aceleradas pela Covid-19, mas já sabemos que os trabalhadores com menor qualificação sofrerão muito nesse processo, e a perspectiva de futuro de crianças e jovens será severamente afetada. É fundamental expandir os instrumentos de proteção social, pois eles serão determinantes para evitarmos uma catástrofe global. Peço desculpas pela escorregada no meu clássico otimismo, mas urgência da mudança pede um choque de realidade. Bora moer? Bora moer logo?

 

Edgar Andrade, CEO Fab Lab Recife, Co-Fundador do Canal Maker

29 de Outubro de 2020

OFF TOPIC.

Pedi pra Silvio Meira dar uma olhada no meu texto e o resultado foi mais de 1 hora de conversa sobre a impossibilidade de prever qualquer resultado factível dessa crise que estamos enfrentando. “É muito cedo para prever qualquer coisa”, ele disse. Concordo. Mas proponho que vejam esse relatório como um conjunto de possibilidades para transformar nosso futuro que, no final das contas, vai depender do que a gente fizer hoje.

Também vale dar uma olhada nesse documento:

http://www3.weforum.org/docs/WEF_Future_of_Jobs_2020.pdf

Se liga também no tema do meu próximo artigo: Ainda não tem título mas vou escrever sobre minha visão das 10 principais habilidades para 2025. Se quiser adiantar algum tópico que te chama a atenção e que você gostaria de saber o que penso, comenta aqui embaixo.

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