Por Edgar Andrade
Muita gente pensa que a impressora 3D é uma tecnologia nova, mas essa danada existe desde os anos 80. O lance é que, na minha visão, dois fatores foram determinantes para influenciar sua popularização nos últimos anos. A ampliação do acesso à internet e a queda de algumas patentes que permitiram a produção dessa máquina por qualquer pessoa, em qualquer lugar do mundo. O mercado de impressão 3D cresce numa velocidade impressionante e as possibilidades de negócios são infinitas. Vai do mercado de colecionáveis, que chega a pagar milhares de dólares por um projeto, maquetes de empreendimentos e projetos imobiliários, peças industriais, impressão de carros, casas, roupas, comida, exoesqueletos, órteses e próteses, mercado odonto e até mesmo órgãos.
Na minha visão, estamos vivendo um processo radical de transformação da forma como consumimos coisas. Daqui a 10 anos quase tudo o que fazemos hoje será feito de um jeito radicalmente diferente. Vamos sair de um modelo de sociedade baseado no TER coisas e chegaremos, no meu olhar otimista, num modelo baseado no SER. Mas antes disso, passaremos por uma transição em que deixaremos de comprar para pagar pelo uso das coisas. Isso já está acontecendo. Com a capacidade de transformar Bits em Átomos evoluindo na atual velocidade, em breve muita coisa que compramos da China, por exemplo, será produzida localmente. A logística global pode ser redesenhada e avançaremos num modelo em que a criação será cada vez mais global e a produção local. E se, ainda, considerarmos que boa parte das tecnologias que usamos hoje nasceram das mentes de artistas, e viajarmos no que vem sendo reproduzido ou criado ultimamente na ficção científica, que imagem ou expectativa podemos ter do futuro?
Edgar Andrade é CEO e Articulador de Gente do Fab Lab Recife.
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